sexta-feira, 1 de março de 2013

Viver com fibromialgia


Antes de descobrir que eu tinha fibromialgia eu vivia passando mal, porém eu pensava: "Vai passar." Então eu vivia. Não deixava de fazer nada. Não me limitava. Eu fazia planos sem medo que fossem frustrados. Não me poupava. Apesar de estar com dor eu saía de casa e eu só parava quando a cise me derrubava e eu ficava de cama. Depois eu levanava, e lá ía eu...trabalho, faculdade, academia, estágio...e muito mais. Ficava esgotada, mas feliz.

Depois que fui diagnosticada, ah.... que desânimo. Imagina você viver muito cansada, sentir dor sempre e descobrir que não tem cura. Que você vai viver num estado de mal-estar constante, todos os dias, e que um passeio hiper legal pode ter como consequencia uma nova crise. Fiquei muito deprimida e só passavam pela minha mente pensamentos destrutivos.

Mas eu descobri que não precisa ser assim. Dezembro e janeiro foram meses incríveis. Parei com os remédios! O exercício havia mudado a minha vida.
Agora, a idiota que vos fala teve uma nova crise e este mês foi terrível. Tratei meu corpo mal, comi besteiras, não pratiquei exercícios. Preciso voltar a rotina de atividade física para sentir-me novamente bem.

Gente, não é fácil... mas ninguém disse que seria. Eu não vou viver assim, me poupando.  Este mês foi um tanto inútil, fiz pouquíssimas coisas... passei muito tempo na TV. Tempo que não volta. Esta é a parte mais difícil da doença: a depressão. E eu odeio falar dela, é mais fácil reclamar da dor física do que da dor emocional. Eu prefiro fingir em casa... mas a minha casa, o meu corpo, as minhas plantas, refletem como estou por dentro. Plantas secaram, a casa ficou uma desordem e meu corpo, nem preciso falar.

Este espaço aqui serve-me como motivação e terapia. Mas nem aqui eu consegui passar por um tempo. Só lia os posts novos dos blogs que sigo... mas nem comentar eu conseguia. Acho que eu preciso de um tempo pra me encontrar na bagunça dos meus pensamentos.  Pra cuidar do que se passa dentro de mim e não fora. Sempre passo por períodos assim. Que eles sejam cada dia mais raros!

Agora estou de volta. Eu sei que não precisa ser assim ruim, a AF pode ajudar. Desfrutar dos prazeres da vida pode ajudar, ver amigos, ajudar outros, ler mais. Eu quero voltar. Eu não vou deixar que nada me consuma e me destrua... nem eu mesma.

Agora é a minha vez!